Métodos de aplicação de pesticidas

Dentro do conceito de controles de pragas, o uso de moléculas químicas não deixou de ser um instrumento de grande utilidade quando da necessidade de se controlar uma determinada população de praga.  Somente o que se preconiza dentro de Programas de Controle de Pragas bem elaborados, é que o momento de se aplicar um determinado produto químico seja realmente apropriado, por tratar-se de uma área tida como penetração (B), ou que tenha sido detectada a ocorrência de pragas através do monitoramento.

Não bastando à consciência do momento ideal de se executar uma aplicação, a melhor filosofia do Controle Integrado de Pragas define que para o local invadido e praga infestante deverá ser empregado produto e equipamento específico.

Dos métodos de aplicação de pesticidas que foram criados ou adaptados para o uso em indústrias e residências, áreas urbanas em geral, os mais utilizados são: pulverização, atomização, termonebulização e polvilhamento, além dos métodos de controle com gel inseticida, armadilhas, iscas, raticidas granuladas ou parafinadas.

 Pulverização: Pulverização: usam-se pulverizadores, equipamentos Elétrico com regulador de pressão, lança telescópica, que através dos 4 bicos injeta o inseticida. Há dois modelos básicos de pulverizadores: elétricos e manuais. As diferenças entre eles, além do modo de carregamento pelo aplicador, baseiam-se em suas aplicações líquidas, em áreas localizadas ou totais. São aconselhados para o uso em frestas, rodapés, paredes, equipamentos etc. Os pulverizadores eletricos facilitam aplicações constantes em áreas extensas, já os manuais são destinados a locais onde os aplicadores não teriam condição de operar com peso ou volume em suas costas, principalmente quando tem de se abaixar ou engatinhar.

 

 Atomização:  trata-se de um método de aplicação de pesticidas destinado a áreas maiores que aquelas normalmente tratadas com pulverização, onde o direcionamento de aplicação é menor. São instrumentos, também nas versões costal e manual, que dispõe de motores, podendo ser tanto gasolina quanto elétricos. Os atomizadores considerados de baixo volume, isto é, necessita de menor quantidade de água como veículo de solução, mantem desta forma o princípio ativo mais concentrado. É indicado para tratamentos de áreas com pé direito elevado ou onde necessite de maior pressão para atingir pontos de difícil acesso. A maior pressão é obtida pela ação do ar, que é insuflado juntamente com a solução, ativado por um sistema de hélice.

 

Termo nebulização: é o processo onde se emprega a criação de fumaça por meio do contato de uma solução de óleo mineral, água ou querosene com a molécula química apropriada para o respectivo tratamento, com gases provenientes de um motor de combustão a gasolina. Esse processo gera uma fumaça espessa (FOG), com partículas variando de 0,5 a 10 micras. O FOG como é popularmente conhecido e recomendado para tratamentos em áreas totais, onde a fumaça por ser menos densa que o ar, ocupando todas as dependências como: vãos, frestas, interior de equipamentos, forro etc. A característica na termonebulização é que não mantém efeito residual do princípio ativo, deixando a área tratada apta para uso logo após a eliminação da fumaça, sem risco de contaminação de produtos ou matérias-primas.

 

 Polvilhamento: método onde se emprega pó como material a ser aplicado. Trata-se de uma aplicação seca sendo recomendada para áreas onde o tratamento líquido permite riscos operacionais como: painéis elétricos, caixas de fiação elétricos, caixas de fiação elétrica, motores, conduítes, etc. Para o controle de roedores, a forma mais segura resume-se na utilização de iscas raticidas anticoagulantes de dose única (maiores detalhes no manual de produtos).

Entretanto, para a implantação das iscas raticidas, deve-se escolher entre duas formulações adaptadas a locais diferentes: a granulada e a parafinada, dentre as quais apresentam metodologias de aplicação bastante diferentes.

 

Raticida: são iscas encontradas de vários formatos, como blocos parafinados, pó e peletes. No programa de Manejo Integrado de Pragas as formulações são utilizadas em blocos parafinados devido por ofertar maior segurança à área aplicada. Estes blocos devem ser conservados internamente a recipientes denominados portas-iscas ou “bait-station ”. Os porta-iscas deverão estar dispostos pela área a ser tratada visando à formação de um anel sanitário, e seu número seria variável conforme o nível crítico de cada local. Habitualmente, recomenda-se um espaço médio de 20 a 30 metros entre cada unidade. Ao lado à porta-iscas deverão existir rótulos de identificação com o número do exemplar, para que possam ser mapeados e ter seu consumo acompanhado, deste modo esclarecer de que ali está depositado material perigoso. O aviso deve existir não apenas por ser a isca um material tóxico, mas necessariamente para desencorajar a curiosidade de pessoas em colocar suas mãos sobre os comedouros, e com isso transmitir aromas ao material, interferindo assim na atividade e eficiência do processo de controle de roedores.
Ainda que eficiente, o uso de porta-iscas necessita ser restrito a áreas externas de fábricas e, mediante criteriosa avaliação, armazéns e almoxarifados (áreas C e B). Nunca deverá locar comedouros em setores produtivos, principalmente em áreas de risco como alimentícias, farmacêuticas, de cosméticos e hospitais, por motivos de garantia de qualidade (Áreas A). Nestas áreas devem-se instalar gaiolas para roedores ou armadilhas com cola, caso haja alguma ocorrência de roedor.
A distribuição da porta-iscas necessita preferencialmente ser passada para planta baixa da unidade para que se possam observar os pontos de maior incidência de consumo da isca, e esses documentos permitirão uma constante avaliação e possibilidade de realinhamento da porta-iscas para um serviço eficaz.

 

Iscas: são encontradas na forma sólida ou na forma de gel. As iscas sólidas são utilizadas para controle de formigas, constituindo-se de pequenos grânulos, os quais são depositados em pequenas caixas plásticas apresentando orifícios laterais, possuem a função de proporcionar um ambiente favorável às pragas, que após o consumo das iscas acabam morrendo. No caso da isca gel possui composição atrativa a base de materiais fermentados, específica para controle de baratas, sendo normalmente empregada em pequenas doses nos locais mapeados como crítico: frestas, dentro de máquinas, sob balcões e equipamentos. Normalmente, sua ação letal ocorre alguns dias após sua ingestão.